ESCRITA E DEPRESSÃO

Dizem que para escrever precisamos de estar no mínimo, surumbáticos. Eventualmente ansiosos ou pesados. Não há escrita de qualidade que nos transmitam sentimentos claros, positivos? Ou não há quem a entenda?
Para se escrever com um astral elevado, presisamos de nós mesmos conhecer esse sentimento, e haver quem o queira ler e identificar-se com tal prosa. Eventualmente, as pessoas quando leêm, esperam algo forte, pesado e triste, donde concluem que aquela escrita é muito agradável, transmite sentimentos profundos, e tal e tal. Balelas! Tanto existe a possibilidade de escrever-se com sentimentos negativos como positivos. Precisar-se-á sim, de leitores para os dois tipos, porque sem eles, apenas a depressão predurará na comunicação escrita.

2 comentários:

Mário Rodrigues disse...

Em boa parte concordo contigo. No entanto, penso que o facto de exercitar alguma preocupação em produzir um texto que A ou B vá gostar, poderá condicionar o "fluxo interior" com que se escreve. Para te ser sincero, normalmente limito-me a tentar descrever o melhor que sei as minhas sensações e vivencias. Se isso acaba por encaixar em gostos de terceiros, entendo que em si é uma feliz ocorrência...

Aproveito para te dizer que não conhecia o blog, e que o acho interessante. Tentarei seguir e ler mais umas coisas...

Abraço

Nuno Salvação disse...

Mário, obrigado antes de mais por aqui estares.

Com este post não pretendo influir a convergência de escrita ao tipo de leitor, mas sublinhar que a maioria da escrita que se diz de qualidade é de dor ou sentimento negativo.
Segundo me recordo, este post foi realizado após a leitura de uma crítica que dizia (não de uma forma tão singela) "quem quer ler um conjunto de linhas bonitas de felicidade?"

De resto, comenta sempre que te apetecer.

Um abraço,
Nuno