AUSÊNCIA



Tens uma folha pálida no colo onde queres propagar as emoções que levas de memórias recentes.
Tens uma pena em forma de caneta que para nada te serve porque estás sitiada sem te permitir viajar palavras.
Fere-te a ausência, esse sentimento presente e pesado de quem leva paixão nos dedos.
Ausência…? A ausência é sentida por quem não vê! Por quem cerra os olhos e ainda assim nada encontra!
Ausência existe em quem não sente, em quem não toca, em quem não lembra!
Ausência revela-se em quem não ouve, mesmo sem ouvidos e ainda assim nada é sonoro, nem a nossa música tocada a dois!
Recua. Recorda . Observa-te… e ali sente-te!
Contempla o brilho que sentiste nas cores do vento, aquelas que só existem no pouco espaço deixado entre os nossos corpos à luz da Lua.
E não estás ausente. Estás à distância de um pensamento e de uma memória.
E a tua folha deixará de ser pálida porque ninguém está ausente – muito menos o uivo ao Luar.

Revisão com créditos partilhados com a Inspiratriz.

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