Colunas - Alicerces do Nosso Mundo

Estou numa sala; várias colunas encerram o espaço e circundam o chão que se quer limpo e macio, e apenas por vezes não o é.
Olho em redor e tenho a noção da fragilidade do tecto, sem receios, apenas a consciência do facto. Assim como o tecto, também o chão por vezes oscila deslocando as colunas ou inclinando-as.
As paredes são de vidro translúcido através das quais posso observar o movimento em rodopio dos restantes humanos nas suas salas de vida. Poucos estão em tranquilidade e a maioria tomba por diversas ocasiões procurando o auxílio das suas colunas; os que as têm.
Alguns ostentam uma ou duas colunas quase inquebráveis, quase inderrubáveis. Outros possuem várias... frágeis.

Eu estou na minha sala e observo as minhas colunas, o chão, o tecto e as paredes de vidro translúcido que une umas colunas às outras. O chão e o tecto não mais podem ser alicerçados; as paredes podem durar até ao próximo abanão, e de seguida outras colocarei no seu lugar. Algumas das colunas, as construídas por mim, pequenas, frágeis, ainda em desenvolvimento, irão um dia segurar aquele tecto imenso. Mas só uma dessas colunas me transmite o conforto de não ser esmagado um qualquer dia por aquela pesada e ornamentada estrutura. Essa é a coluna que me serena e tranquiliza o espírito do dia a dia passado naquela sala.

Estou aqui, na minha sala, e olho agradecido para essa coluna.

4 comentários:

Mário Rodrigues disse...

Quanto a essas, não nos é permitido criá-las! Quanto muito mantê-las; se soubermos!

Nuno Salvação disse...

Mário,

Manter é muito mais difícil que criar, se é que podemos.
Quando as temos, quando uma se nos aparece à frente, o melhor mesmo é tentar aprender depressa a manter-la.

Abraço

jardinsdeLaura disse...

Nuno,
São tão frageis os alicerces deste meu mundo que nem sei se lhes posso chamar colunas?! :(

Nuno Salvação disse...

Laura,

Existirá certamente uma coluna que se possa chamar de alicerce. Por vezes não a vemos...

Beijos,
Nuno