Dois Corpos, Uma Casa


Um beijo na testa, um toque suave...
Uma festa nos lábios, proporcionada por um único dedo como quem impede as palavras de viverem, deixando apenas lugar à imaginação e fantasias de carinho libidinoso.

Os meus lábios tocam na tua face;
Os teus olhos cerram-se enquanto rodas o pescoço, desnudando-o, oferecendo outros oásis do teu corpo à língua comprometida pelo desejo de te tocar.

A minha mão percorre-te o peito que guarda as memórias onde um dia vais descansar feliz pelo mar de lembranças que valem a pena recordar. Dou-tas. São tuas desde o dia que me guardaste dentro de ti. Serão tuas até que a Natureza reclame o corpo que permitiu carregar, numa sinuosa viagem, todas as emoções que em momentos como este precipitam-se para o exterior.

O meu corpo toca no teu;
Despidos da roupa que apenas protege a pele do frio invernal, do vento que fala ruidosamente na janela, os nossos sentidos apuram cada vez mais a vontade, o ímpeto, e o expoente simbiótico dos nossos seres.
Os nossos corpos edificaram uma Casa para as nossas almas.

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