Medidas Extremas

A vergonha e a culpa entraram de rompante pelos orifícios do meu corpo e começaram a apoderar-se de todas as minhas células a uma velocidade estonteante. Sem dar-me tempo para agir. Resta-me a reacção. Como apanágio nos últimos tempos, diga-se. 
A vergonha de estar presente em alguns círculos, a culpa de não suster o que é meu por obrigação moral. 
Memórias de tempos despreocupados escorrem pelas paredes do improvável. Improvável agora sem que medidas extremas que ameacem felicidades sejam tomadas. 
Julguei que tomar um rumo idêntico me distanciaria, me alheasse permitindo uma aceitação de coração ao lado, do lado de fora. 
Enganei-me novamente e está a tornar-se um intermitente e irritante hábito. 
Esse distanciamento, que danos provocaria inevitavelmente, seria encarado como o menor dos males, mas nem isso ocorreu. 
Olvidei um detalhe: o Amor são duas estradas paralelas e não convergentes. Os buracos de cada estrada são sentidos em separado. Se repararmos - ou atamancarmos - uma delas, a outra não fica perfeita...

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